Os filmes Hollywoodianos tendem a colocar a publicidade em uma posição de conforto. O publicitário não trabalha muito, ganha bem e no fim do filme ninguém sabe direito o que o cara faz para viver.
Quando eu escolhi cursar publicidade e propaganda, li sobre a profissão, procurei as áreas em que poderia atuar, quanto poderia ganhar e refleti se realmente valeria a pena investir 4 anos da minha vida, ou mais, estudando comunicação para me tornar publicitária.
No início é tudo lindo, é tudo novo… Se é BIXO.
Com o passar dos semestres tu vais percebendo que não é bem assim que a banda toca. A primeira coisa que tu percebes é que o mercado exige muito e dá pouco em troca, a maioria das agências de publicidade paga pouco aos estagiários, afirmando que estão ensinando a ele e por isso não irão pagar mais para um profissional leigo. As grandes agências nem em sonho contratam estudantes que não tenham no mínimo passado por uma agência pequena para ganhar experiência e infelizmente a maioria não respeita a lei do estágio. Que fique claro, há exceções!
A parte mais difícil é tentar explicar para a sua família e os seu amigos o que tu fazes e o pior de tudo é conseguires que eles entendam! Sempre vai ter aquela tia que vai pedir pra tu fazeres um cartão de visitas, um layoutzinho, (por mais que tu odeies direção de arte e criação) um convite de aniversário pro casamento do amigo do primo do cunhado e que sempre vão achar que fazer isso é fácil, é rápido… mas não é.
Essa é a parte mais difícil da publicidade, fazer com que as pessoas que trabalham fora da comunicação valorizem o teu trabalho. É difícil ter que ouvir aquela prima de 3º grau dizer que o filho dela também sabe “essas coisas de publicitário, ele mexe no photoshop”.
Isso é o que mais desanima, tentar explicar o que tu fazes e depois de fazeres todo um discurso super animado ver que para pessoas que são importantes para ti aquilo não faz sentido, ou não vale a pena para elas, ou é simplesmente insignificante.
A publicidade é uma profissão difícil, as vezes a vontade é de sentar num canto e dar um choradinha pra desabafar, mas o que importa é seguir em frente. Continuar amando o que se faz e apesar dos pesares e da incompreensão e desvalorização que as vezes a profissão sofre seguir fazendo a publicidade desempenhar o seu papel econômico e social.
Porque apesar do caminho de um publicitário ser tortuoso, vale a pena!